Conseguimos tirar apenas uma única foto – e, além disso, de baixa qualidade – dessa Viúva-do-Paraíso-de-Cauda-Longa (também conhecida como Viúva-do-Paraíso-Oriental), cujo nome científico é Vidua paradisaea. Contudo, como foi a única vez que vimos essa ave tão bonita durante a estada no Kruger, não podíamos deixar de colocar essa foto aqui.
O que vemos na foto é o macho desta espécie em sua plumagem característica da estação reprodutiva. Ou seja, somente podemos ver essa espécie nesta plumagem tão característica e bela se visitamos o Kruger no verão. Notem também as penas negras e longas (podem chegar a 36 cm de comprimento) que o macho exibe. Fora da estação reprodutiva, macho e fêmea desta espécie são similares: pequenos pássaros marrons, parecidos com um pardal. Como já devem ter desconfiado, essa plumagem tem papel importante nos displays comportamentais exibidos pelo macho durante a corte. Teria sido maravilhoso observar a corte dessas aves, mas não tivemos essa sorte.
Outro aspecto comportamental interessante desta ave é que ela parasita os ninhos de outra ave, a Maracachão-de-Asa-Verde (Green-winged Pytilia, Pytilia melba). Após observar os hospedeiros por pelo menos 15 minutos, a fêmea voa até o ninho para examiná-lo e, caso o aprove, coloca ali de 1 a 3 ovos, que eclodem após cerca de 11 dias de incubação (pelos hospedeiros). Isso é que é sucesso reprodutivo às custas dos outros! Os rebentos das viúvas são parecidos com os filhotes da ave hospedeira, mimetizando até mesmo seus chamados e comportamento de alimentação, mas são maiores e fazem mais barulho no ninho e, assim, para prejuízo de seu sucesso reprodutivo, as aves parasitadas dão mais atenção às pequenas viúvas do que aos seus próprios rebentos. Com 27 a 30 dias de idade, as pequenas viúvas se tornam totalmente independentes. Mais raramente, as viúvas também parasitam ninhos de Monsenhor (Violet-Eared Waxbill, Granatina granatina).
Trata-se de uma ave que exibe poliginia, com os machos defendendo territórios de cerca de 3 hectares, que contêm múltiplos sítios usados para displays comportamentais visando atrair fêmeas. Isso explica porque vimos esse macho solitário, embora a espécie seja descrita como gregária. Às vezes, os machos realizam displays para fêmeas de outras espécies, como Viúvas-Azuis (Village Indigobirds,Vidua chalybeata). Sendo duas aves do mesmo gênero, pode-se desconfiar que hibridização seja possível entre elas.
Sua alimentação consiste principalmente de sementes de gramíneas e insetos. Uma lista de itens alimentares registrados em sua dieta, em condições de cativeiro, se encontra em http://www.biodiversityexplorer.org/birds/viduidae/vidua_paradisaea.htm.
Esta espécie é um residente comum da África Subsaariana, sendo encontrada da Etiopia à África do Sul, através da Tanzânia, Zâmbia, Malawi, Angola, Moçambique, Botsuana e Namíbia. É uma ave gregária e localmente nômade no inverno. Sua preferência é por savanas secas e abertas, com árvores e arbustos espalhados, incluindo Acácias, Miombo (Brachystegia) e Mopane (Colosphermum mopane). Também são encontradas, contudo, próximo a jardins rurais e plantações.
A Viúva-do-Paraíso-de-Cauda-Longa é classificada como de pequena preocupação (quanto à sua extinção) na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza). Isso decorre de sua grande distribuição e da crença de que seus tamanhos populacionais, embora não tenham sido de fato quantificados, não se aproximam dos limiares de vulnerabilidade (menos de 10.000 indivíduos maduros, com um declínio contínuo estimado em mais de 10% ao longo de dez anos ou três gerações, ou com uma estrutura populacional específica que resulta em maiores riscos de extinção. Fonte da informação: BirdLife International (2011) Species factsheet: Vidua interjecta. Downloaded from http://www.birdlife.org on 26/10/2011.
We managed to take a single picture – and, moreover, of low quality – of this Long-tailed Paradise Whydah (also known as Eastern Paradise Whydah), whose scientific name is Vidua paradisaea. However, since it was the only time we saw such a beautiful bird while in Kruger, we couldn’t avoid putting this picture here.
What we see in this picture is the male of this species with the characteristic breeding plumage. That is, we can only see this species in such a characteristic and beautiful plumage when we visit the Kruger in the summer. Notice also the black long feathers (they can reach up to 36 cm) exhibited by the male. Outside the breeding season, males and females of this species are similar, small brown sparrow-like birds. As you probably suspected, this plumage plays an important role in the male behavioral displays during courtship. It would have been wonderful to observe the courtship of these birds, but we were not so lucky.
Another interesting behavioral feature of this bird is that it parasites the nests of another bird, Green-winged Pytilia (Pytilia melba). After observing the hosts for at least 15 minutes, the female flies to the nest to examine it and, if she approves it, she will lay 1-3 eggs there, which hatch after about 11 days of incubation (by the hosts). That’s really reproductive success at another’s expense! The Whydah chicks look alike the host chicks, mimicking even their begging and feeding behavior, but they are larger and call louder and, thus, at a cost for their reproductive success, the hosts pay more attention to the little Whydahs than to their own youngs. With 27-30 days of age, the little Whydahs become fully independent. More rarely, the Whydahs also parasitize the nests of Violet-Eared Waxbills (Granatina granatina).
This is a polygynous bird, with males defending territories of about 3 hectares, which contain multiple perches used for behavioral displaying with the goal of alluring females. This explains why we saw this solitary male, although the species is described as gregarious. Sometimes, the males display for females of other species, such as Village Indigobird (Vidua chalybeata). As they are birds of the same genera, one can suspect that hybridization may be possible between them. Sendo duas aves do mesmo gênero, pode-se desconfiar que hibridização seja possível entre elas.
Its food consists mainly of seeds of grasses and insects. A list of food items registered in their diet in captivity is found in http://www.biodiversityexplorer.org/birds/viduidae/vidua_paradisaea.htm.
This species is a common resident in Sub-Saharian Africa, being found from Ethiopia to South Africa, along Tanzania, Zambia, Malawi, Angola, Mozambique, Botswana and Namibia. It is a gregarious bird, locally nomadic in the winter. It prefers dry and open savannahs, with scattered trees and bushes, including Acacia, Miombo (Brachystegia) and Mopane (Colosphermum mopane). The Whydahs are also found, however, close to rural gardens and croplands.
The Long-tailed Paradise Whydah is classified as Least Concern (regarding its extinction) in the IUCN (International Union for Conservation of Nature) Red List, as a consequence of its large distribution and the belief that its population sizes, despite not being really quantified, do not approach the vulnerability thresholds (less than 10,000 mature individuals, showing a continuous estimated decline of more than 10% over ten years or three generations, or with a population structure that leads to greater extinction risks. Source: BirdLife International (2011) Species factsheet: Vidua interjecta. Downloaded from http://www.birdlife.org on 26/10/2011.
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