quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Malelane Road (H3)

Após a parada em Afsaal, não esperamos muito e descemos um pequeno trecho da Malelane Road (H3), rumo à Mlambane Road (S118). Para ver o caminho, http://www.gomag.co.za/kruger/game_viewing_areas/game_viewing_berg_en_dal.html

Havíamos lido que não valia muito a pena deslocar-se em busca de animais nos horários mais quentes do dia, entre 11 e 15 horas. Nossa ansiedade de ver mais animais era tanta, contudo, que resolvemos arriscar. E fomos recompensados! Tanto que, em todos os dias que seguiram, parávamos só um pouco para descansar após o almoço e já saíamos em busca de animais.

Como nossa intenção era usar estradas de terra o máximo que pudéssemos, descemos a Malelane Road só o suficiente para encontrar a Mlambane Road. Ela nos reservava, contudo, mais um grande evento desse primeiro dia completo no Kruger: o encontro com o primeiro bando misto de pastadores, algo tão típico da savana africana. Ali estavam 4 Zebras de Burchell (Equus quagga), incluindo um filhote; 11 Gnus-azulados (Connochaetes taurinus), com 3 filhotes; 4 Rinocerontes Brancos (Ceratotherium simum); muitas Impalas (Aepyceros melampus) e 1 ave, Wattled Starling (Creatophora cinerea), cujo nome vulgar em português não encontrei. Todos se beneficiando da mistura de animais diferentes e dos grandes números, como meio de diminuir as chances de predação.

Uma curiosidade sobre os Rinocerontes Brancos: eles não se diferenciam do Rinocerontes Negros (Diceros bicornis) pela cor. Eles são ambos acizentados. Para diferenciá-los, é preciso olhar o formato dos lábios. No Rinoceronte Branco, eles são retos, enquanto no Rinoceronte Negro, eles são estreitos, mais pontudos. A diferença decorre de adaptações para dietas diferentes: o Rinoceronte Branco pasta grama rasteira, enquanto o Rinoceronte Negro come folhas de arbustos. Isso permite identificar qual espécie passou por um local pelas suas fezes, como fez um dos guias em nossa caminhada a pé pela savana (da qual falaremos mais adiante), no leito seco do Rio Timbavati. Outra diferença importante: Rinocerontes Negros são mais agressivos do que Rinocerontes Brancos. Infelizmente, não vimos Rinocerontes Negros no Kruger. Eles são bem menos numerosos do que os Rinocerontes Brancos, não somente ali, mas de modo geral. Em 120 blocos de contagem escolhidos aleatoriamente, em 2007, foram visualizados 55 Rinocerontes Negros contra mais de 600 Rinocerontes Brancos. Este é um resultado preocupante, visto que uma população fundadora de 90 animais foi introduzida no parque entre 1970 e 1990. Não é, contudo, surpreendente, visto que os rinocerontes são hoje os animais mais caçados no Kruger (não é permitido caça lá), em decorrência do mercado chinês, vietnamita e tailandês, que consome chifres de rinocerontes como suposto remédio contra impotência (evidentemente, nada além de analogia superficial) e câncer. Eles têm sido abatidos de helicópteros, têm os chifres retirados, e são deixados para morrer de modo agonizante ou já mortos sem seus chifres. Um horror! Há um grande esforço das autoridades do parque para controlar a caça, mas é difícil pela sua vastidão. O melhor controle seria, sem dúvida, não haver um mercado consumidor!

A África do Sul está analisando a possibilidade de legalizar a venda de chifres de rinocerontes para combater o mercado negro alimentado pela caça ilega. Não me parece boa idéia...

Nas próximas mensagens, colocaremos algumas fotos do bando de pastadores.

After the stopping at Afsaal, we didn't wait long and followed down a small part of the Malelane Road (H3), going to Mlambane Road (S118). To see the way, http://www.gomag.co.za/kruger/game_viewing_areas/game_viewing_berg_en_dal.html


We have read that it was not worthy going after animals in the hottest hours of the day, between 11AM and 3PM. Our anxiety to see more animals was such, however, that we decided to try. And it was rewarding! So much that, in all the following days, we stopped just for a while to rest after lunch and then went after animals again.

As our intention was to use gravel roads as much as we could, we went down Malelane Road just what was needed to reach Mlambane Road. It would give us, however, one more great event in this first full day in the Kruger: a meeting with the first mixed herd of grazers, something so typical of the African savannah. There they were, 4 Burchell's Zebras (Equus quagga), including a cub; 11 Blue Wildebeest (Connochaetes taurinus), with 3 cubs; 4 White Rhinos (Ceratotherium simum); many Impalas (Aepyceros melampus) e 1 bird, Wattled Starling (Creatophora cinerea). All of them benefiting from the mixture of different animals and the large numbers, as a way of decreasing the likelihood of predation.

A curiosity about White Rhinos: they do not differ from Black Rhinos Negros (Diceros bicornis) in color. They are both greyish. To differentiate them, one must look to the shape of the lips. In the White Rhino, they are straight, while in the Black Rhino, they are narrow, more pointed. The difference comes from adaptations to different diets: the White Rhino grazes  Rinoceronte Branco pasta grass in the ground, while the Black Rhino eats leaves in the shrubs. This makes it possible to identify which species passed through a place by its faeces, as one of the guides did in our walk on foot through the savannah (we will speak about it later), in the dry bed of the Timbavati River. Another important difference: Back Rhinos are more agressive than White Rhinos. Unfortunately, we did not see Black Rhinos in the Kruger. They are far less numerous than White Rhinoss, not only there, but in general. In 120 random counting blocks, in 2007, 55 Black Rhinos were seen against more than 600 White Rhinos. This is something to be worried about, since a founding population of 90 animals was introduced in the park between 1970 and 1990. But it is not surprising, given that Rhinos are today the most hunted animals in the Kruger (hunting is not allowed there), as a consequence of the Chinese, Vietnamese, and Thai market, where Rhinos horns are consumed as an alleged remedy against impotence (evidently, nothing but superficial analogy) and cancer. They are killed from helicopters, their horns are taken, and they are left to die, in an agonizing way, or already dead without their horns. An horror! There is a great effort of the park authorities to control hunting, but it is a difficult task given its size. No doubt the best control would be the inexistence of a consumer market!

South Africa is analyzing the possibility of turning the selling of Rhinos' horns legal in order to fight the black market nourished by illegal hunting. It doesn't seem a good idea...

In the next messages, we will put some pictures from the herd of grazers.

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