segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Voortrekker Road (H2-2)

Para finalizar o relato nossa primeira passagem pela Voortrekker Road, uma foto que mostra o aspecto geral dessa estrada de terra e a paisagem ao redor. Trata-se de uma estrada bem conservada e com cenários bonitos, que tem ainda a vantagem das estradas de terra no Kruger, menos visitantes e, logo, uma sensação maior de imersão na savana e mais paz para visualizar os animais quando os encontramos.

To end the report of our first passage through the Voortrekker Road, a picture that shows the general aspect of this gravel road and the landscape around it. This is a well-conserved road with beautiful scenery, and, also, with the advantage of gravel roads in the Kruger, less visitors, and, thus, a greater sensation of immersion in the savannah and more peace to see the animals when  we find them.


Voortrekker Road (H2-2) tem muito significado histórico. Ela foi nomeada em homenagem a Voortrekker Louis Trichardt, cujo filho, Carolus Trichardt, recebeu a incumbência do governo de Transvaal, em 1849, de abrir uma rota regular entre o interior ao norte e a Baía Delagoa, atual Baía de Maputo, em Moçambique. As caravanas de João Albasini eram as principais usuárias da estrada. Ele era um traficante de escravos e caçador de elefantes que veio para Lourenço Marques, atual Maputo, in 1813. As ruínas de seu posto de comércio podem ser vistos no Kruger, perto do portão Phabeni. Levava 24 dias para completar a jornada da costa até Pretoriuskop. A estrada foi melhorada em 1896 pelo comerciante Alois Nelmapius, para o transporte de bens para Lydenburg e Mac Mac, onde ouro havia sido descoberto.

O pequeno terrier Jock of the Bushveld (http://en.wikipedia.org/wiki/Jock_of_the_Bushveld), cuja estória foi escrita por seu dono, Sir Percy Fitzpatrick, nasceu nesta estrada.

A estrada desce da estepe ácida (sourveld) de Pretoriuskop, cheia de penhascos, para florestas mistas de Combretum (mixed bushwillow woodland). Depois, a estrada segue uma linha de estepe espinhosa (thornveld) até Afsaal, na qual as gramíneas são mais palatáveis do que na estepe ácida e mais vida selvagem pode ser facilmente vista. Para mais informação sobre a notável diversidade da savana no Kruger (exatamente como no caso da Caatinga, no Nordeste do Brasil, você não compreende quão variável a savana é até que você vai lá), ver a explicação das ecozonas do Kruger em http://www.sanparks.org/parks/kruger/conservation/scientific/ff/


Uma série de atrações geológicas é encontrada no caminho. O principal marco é Ship Mountain (662m), usada como auxílio para a navegação pelos primeiros viajantes. Ela é geologicamente distinta do relevo de granito ao redor porque é feita de gabbro, próximo do basalto, mas mais duro do que ele. Uma velha história conta que esta montanha era usada como um forte pelo povo Sotho no século XVIII para se proteger e ao seu gado de invasões dos Swazi, vindo do sul. De acordo com a história, os guerreiros Sotho escondiam sua família e seu gado nas cavernas no alto da Ship Mountain e então usavam rochas para impedir que os Swazi chegassem ao topo. Ao pé da Ship Mountain, havia um posto de comércio gerido pelo chefe Manungu, que era parte do império comercial de João Albasini.

Ship Mountain pode ser vista nas fotos abaixo, uma delas tirada da estrada, a certa distância. Nós vimos muitas andorinhas voando ao redor de Ship Mountain neste dia, mas não as fotografamos. Temos um filme delas, mas ainda estamos trabalhando em nossos filmes.
 
Voortrekker Road (H2-2) has a lot of historical significance. It  was named after Voortrekker Louis Trichardt, whose son, Carolus Trichardt, was commissioned in 1849 by the Transvaal Government to open up a regular route between the northern interior and Delagoa Bay, today Maputo Bay, in Mozambique. João Albasini’s caravans were the main users of the road. He was a slave trader and elephant hunter who came to Lourenço Marques, current Maputo, in 1813. The remains of his trading post can be seen in the Kruger, nearby Phabeni Gate. It took 24 days to complete the journey from the coast to Pretoriuskop. The road was improved in 1896 by the trader Alois Nelmapius for the transport of supplies to Lydenburg and Mac Mac, where gold had been discovered.

The little terrier Jock of the Bushveld (http://en.wikipedia.org/wiki/Jock_of_the_Bushveld), whose story was was written by his master, Sir Percy Fitzpatrick, was born in this road.
 
The road descends from the hilly Pretoriuskop sourveld into the mixed bushwillow woodland. Subsequently, the road follows a line of thornveld to Afsaal, where the grass is more edible than the sourveld and the wildlife can easily be seen. For more information on the stunning diversity of savannah in the Kruger (just as in the case of the Caatinga, in Northeast Brazil, you do not realize how variable the savannah is until you goes there), see the explanation on the Kruger ecozones in http://www.sanparks.org/parks/kruger/conservation/scientific/ff/

A number of geological features are found in its way. The main landmark is Ship Mountain (662m), used as a navigational aid by early travellers. It is geologically distinct from the surrounding granite countryside because it is made up of gabbro, a hardier relative of basalt. An old tale tells that this mountain was used as a fort by the Sotho people in the 18th century in order to protect themselves and their cattle against Swazi raiders coming from the south. According to the story,  Sotho warriors hid their families and livestock in the caves on the top of Ship Mountain and then use rocks to stop the Swazi from getting to the top. At the foot of Ship Mountain there was a trading store run by Chief Manungu, which was part of João Albasini’s trading empire.

Ship Mountain can be seen in the pictures below, one of them from the road at a distance. We saw a lot of swallows flying around Ship Mountain that day, but we did not photograph them. Rather, we filmed them, but we are still working on our films.



Hoje vemos uma série de animais nesta área do parque, mas foram reintroduzidos, uma vez que, por volta de 1900, quase todos haviam sido caçados. Esta é uma história que mostra por si só a importância da conservação. A conservação da fauna e flora se torna mais provável, contudo, quando ela é integrada com o tratamento de questões sócio-ambientais. Uma estratégia bem sucedida pode ser tornar o ecoturismo uma fonte de recursos importantes, como no caso da África do Sul. Somente o Kruger recebe mais de meio milhão de visitantes por ano, e o afluxo dos visitantes depende, fundamentalmente, do sucesso de conservação. No entanto, é também um fator de risco a ser cuidadosamente controlado, para que a conservação seja bem sucedida. A conservação no Kruger pode ser considerada relativamente bem sucedida, embora enfrente problemas, decorrentes, por exemplo, do fato de que se trata de um parque estreito, embora longo, com muito efeito de borda e de que está inserido numa matriz de paisagem dominada por atividades humanas, o que significa, por exemplo, que os rios que o cortam atravessam, em sua maioria, regiões populosas, o que aumenta as possibilidades de contaminação. Mais detalhes podem ser encontrados em Du Toit, J. T. et al. (Eds.). (2003). The Kruger Experience: Ecology and Management of Savannah Heterogeneity. Washington, DC: Island Press.

Today, we see a series of animals in this are of the park, but they were reintroduced, since, around 1900, almost all of them had been hunted. This is a story that shows by itself the importance of conservation. Fauna and flora conservation becomes more likely, however, when it is integrated with the treatment of socioenvironmental issues. A well-succeded strategy is to turn ecotourism into a source of important resources, as in the case of South Africa. Only the Kruger receives more than a half million visitors per year, and the number of visitors crucially depends on conservation success. However, it is also, in turn, a risk factor to be properly controlled, if conservation is to be successful. Conservation in the Kruher can regarded as relatively well succeeded, although faces problems, resulting, for example, from the fact that it is narrow park, although long, with a lot of edge effect, and is embedded in a landscape matrix dominated by human activities, what means that most rivers that cross it, for instance, pass throught populated regions, increasing the likelihood of contamination. More details can be found in Du Toit, J. T. et al. (Eds.). (2003). The Kruger Experience: Ecology and Management of Savannah Heterogeneity. Washington, DC: Island Press.

Ao final da Voortrekker Road, encontra-se o campo de piquenique Afsaal, onde se pode sair do carro, descansar, ir ao toilete, comer alguma coisa.Isso é importante porque, lembrem-se, não se pode sair do carro na maioria dos lugares no parque.

At the end of the Voortrekker Road, we find Afsaal picnic camp, where we can leave the car, rest, go to the bathroom, eat something. This is important since, remember, we cannot leave the car in most places in the park.

Nenhum comentário:

Postar um comentário