quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Arriving at Skukuza

Finalmente chegamos em Skukuza, um campo bastante diferente de Pretoriuskop, mas muito bonito, com uma bela vista do rio, até mesmo do restaurante. Foi um prazer inesperado comer ao som dos hipopótamos no rio. Hipopótamos parecem estar sempre reclamando uns com os outros...

E o que dizer dos morcegos frugívoros de dragona de Wahlberg (a tradução literal de Wahlberg's Epauletted Fruit Bats) sob o telhado da loja? Fantásticos!

Esta é uma foto da entrada de Skukuza, o que já mostra o capricho!



Aqui está uma lista do que vimos em Skukuza: Hipopótamos (Hippopotamus amphibius), 1 Estorninho-grande-de-orelha-azul (Lamprotornis chalybaeus), 1 Rola-do-Senegal (Streptopelia senegalensis), Morcegos Frugívoros de Dragona de Wahlberg  (Epomophorus wahlbergi), Macacos-verdes-africanos (Chlorocebus pygerythrus, anteriormente Cercopithecus aethiops), 1 Agama-arborícola-do-sul-de-cabeça-azul (Acanthocercus atricollis), 1 Skink-listrado (Trachylepis striata), 1 Gecko-anão-do-Cabo (Lygodactylus capensis).

Vale a pena começar mostrando fotos do bangalô em que ficamos em Skukuza, exterior e interior. Realmente confortáveis, com preço muito justo!



Em seguida, uma visão geral do campo.


O rio Sabie em frente ao restaurante é outra coisa bonita de se ver!



Aqui está uma foto de um dos hipopótamos reclamões.


O animal mais perigoso na África! Mata mais pessoas do que todos os usuais suspeitos. Uma história que lemos foi a de um cara que saiu do carro próximo a Hippo pool, perto de Crocodile Bridge. Ali as pessoas podem sair do carro se um guarda estiver presente. Mas esse cara saiu do carro sem qualquer guarda à vista. Quando um guarda apareceu e lhe perguntou o que ele estava fazendo, avisando do perigo representado pelos hipopótamos, ele apenas disse que eles pareciam animais tão simpáticos. Há realmente algumas pessoas que não sabem onde estão quando visitam o Kruger.

Sempre penso que é notável quando eles abrem suas grandes bocas dessa maneira. Realmente mostra quão poderosos eles são. Quando fecham suas bocas, são mais de uma tonelada de peso. 




Finalmente, a colaboração do hipopótamo para o calendário de bundinhas. Vejam a ferida recentemente curada em seu flanco. Provavelmente, resultado de um outro hipopótamo. Embora vegetarianos, hipopótamos podem apelar para o canibalismo, como foi recentemente descoberto. Mas não é o caso aqui. Mais provável que tenha sido uma briga.



Infelizmente, esses fantásticos animais são vulneráveis de acordo com a Lista Vermelha da IUCN, com populações decrescendo.


Também foi muito bom ver mais uma espécie de estorninho no restaurante de Skukuza, um Estorninho-grande-de-orelha-azul.




As populações desta ave são estáveis e, por essa razão, sua classificação na Lista Vermelha da IUCN é de menor preocupação quanto à extinção (Least Concern).

Este estorninho come uma variedade de insetos, frutos e pequenos invertebrados, forrageando em árvores e no solo, mas certamente aproveita comida de graça fornecida pelos humanos. É por isso que nós o encontramos nos campos, tentando roubar o pão que deixamos inadvertidamente sobre a mesa!

Tiramos apenas uma foto dessa bela Rola-do-Senegal, no chão de madeira do restaurante de Skukuza, enquanto nos divertíamos olhando os hipopótamos. Esta é de fato uma bela ave.




Esta pequena rola tem ampla distribuição, sendo residente e procriando na África tropical sub-Saariana, no Oriente Médio e até mesmo alcançando o  subcontinente Indiano. Ela também chegou a uma parte específica da Austrália Ocidental, ao redor de Perth e Freemantle, como aves introduzidas, provavelmente viajando em navios ou algo similar. Elas são abundantes no sul da África, onde são encontradas em todos os lugares exceto na costa de Moçambique.

É difícil diferenciar machos e fêmeas em termos morfológicos. Eles são muito similares.É possível distinguir juvenis de adultos, contudo, porque os primeiros são mais castanho-avermelhados e têm manchas mais reduzidas na garganta.

Por que em língua inglesa são chamadas de Laughing Doves? Escutem aqui:



Talvez estejam gozando de nossa cara! Brincadeira, claro...

Estava ave não está ameaçada. Suas populações são estáveis e podem estar até mesmo aumentando, devido ao fato de que se beneficiou bastante da perturbação do habitat pelos seres humanos e das mudanças no uso da terra. É um animal extremamente comum, encontrando em todos os tipos de florestas, bem como em parques e jardins. É um dos animais afortunados que se beneficiaram de nossos ambientes antropizados.


Nós havíamos lido sobre os Morcegos Frugívoros de Dragona de Wahlberg (Wahlberg's Epauletted Fruit Bats) que ficam na loja em Skukuza. Então, quando chegamos na loja, estávamos ansiosos para vê-los. Valeu a pena! Eles são incríveis dormindo sob o telhado do lado de fora da loja, como essas imagens mostram.



Este morcego não está ameaçando, possuindo populações estáveis, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN. É uma espécie de megamorcego classificado na família Pteropodidae. O nome da espécie deriva das estruturas formadas por pêlos eréteis que se assemelham a dragonas e se formam ao redor das grandes glândulas de cheiro dos machos. Podemos vê-las claramente na segunda foto. Olhem as estruturas brancas em frente das orelhas.

Também é possível diferenciar machos e fêmeas examinando os sacos aéreos no pescoço dos machos, que podem aumentar o volume dos chamados de corte.

Eles são encontrados através do sul da África em habitats de floresta, arbustivos e de savana. A distribuição se estende do nível do mar até 2.000 m. Também podemos encontrar populações em áreas urbanas vegetadas e formando ninhos em estruturas construídas por nós. Temos aqui, desse modo, outra espécie que pode ajustar-se a nosso ambiente modificados e tem, portanto, maior probabilidade de sobreviver às nossas perturbações.

Este é um morcego frugívoro (não surpreende, isso é dito em seu nome vulgar), comendo figos, goiabas e vários frutos de espécies de Diospyros. Eles também comem folhas de espécies de Balanites e vários insetos.

Finalmente, uma coisa curiosa sobre esse morcego é que seu voo é relativamente lento e meio desajeitado. Eles frequentemente se batem em outros indivíduos e em obstáculos.

We finally arrived in Skukuza, quite a different camp from Pretoriuskop, but very nice, with the nice view of the river, even from the restaurant. It was an unexpected pleasure to eat while listening to hippos down in the river. Hippos are always complaining with each other...

And what about the Wahlberg's Epauletted Fruit Bats under the roof of the store? Fantastic!

This is a picture of the entrance of Skukuza, which already shows how it is well looked for!

Here is the list of what we saw in Skukuza: Hippos (Hippopotamus amphibius), 1 Greater Blue-eared Starling (Lamprotornis chalybaeus), 1 Laughing Dove (Streptopelia senegalensis), Wahlberg's Epauletted Fruit Bats (Epomophorus wahlbergi), Vervet monkeys (Chlorocebus pygerythrus, previously Cercopithecus aethiops), 1 Blue Headed Southern Tree Agama (Acanthocercus atricollis), 1 Striped Skink (Trachylepis striata), 1 Cape Dwarf Gecko (Lygodactylus capensis).

The two first pictures are of the bungalow where we stayed in Skukuza, exterior and interior. Really confortable, for a fair price!

Next a general view of the camp.

The Sabie river in front of the restaurant is another beautiful thing to see.

The first picture is of one of the complaining hippos.

The most dangerous animal in Africa! It kills more people than all the usual suspects. We read this story about a guy that got off his car near hippo pool, near Crocodile Bridge camp. People are allowed to leave the car there when a ranger is present. But this guy left the car with no ranger in sight. When a ranger appeared and asked him what was he doing, warning him about the danger posed by hippos, he just said that they looked such sympathetic animals. There are really some people that do not know what they are into when in Kruger.

I always think it is amazing when they open their big mouths like that. It really shows how powerful they are. When they close their mouths, it is more than 1 ton in weight. 

In the last hippo picture, the hippo’s collaboration to the butt calendar. Look at the recently cured wound in his side. Probably, it is the result of another hippo. Although vegetarians, hippos can also resort to cannibalism, as recently discovered. But it is not the case here. It is more likely that this was a fight.

Unfortunately, these fantastic animals are vulnerable according to the IUCN Red List, with decreasing populations.

It was also nice to see one more starling species in the Skukuza restaurant, a Greater Blue-eared Starling.

The populations of this bird are stable and, for this reason, its classification in the IUCN Red List is Least Concern.

This starling eats a variety of insects, fruit and small invertebrates, foraging in trees and on the ground, but it certainly enjoys some free food provided by humans. That’s why we find it in the camps, trying to steal the bread we leave unattended in our table!

You took only one picture of this gorgeous Laughing Dove, in the wooden floor of Skukuza restaurant, while we were having fun watching the hippos. This is indeed a beautiful bird.

This small pigeon has a wide distribution, being  a resident breeder in Sub-Saharan tropical Africa, the Middle East, even reaching the Indian Subcontinent. They also reached a specific part of Western Australia, around Perth and Freemantle, as introduced birds, probably traveling with ships or alike. They are abundant in southern Africa, where they are found everywhere except coastal Mozambique.

It is difficult to differentiate males and females morphologically. They are very similar. It is possible to tell juveniles from adults, however, because the former are more rufous and have reduced throat spotting.

Why are they called Laughing Doves? Just listen here:


Maybe they are mocking us! Just kidding...

This bird is not threatened. Their populations are stable and may be even increasing, due to the fact that it has benefited greatly from habitat disturbance by humans and changes in land use. It is an extremely common animal, found in all types of woodlands, as well as suburban parks and gardens, one of the fortunate ones that benefit from our humanly impacted environments.

We have read about the Wahlberg's Epauletted Fruit Bats at the Skukuza shop. So, when we got to the shop, we eagerly looked for them. It is worth doing so. They look incredible sleeping at the roof outside the shop, as the pictures show.

This bat is not threatened, showing stable populations, according to the IUCN Red List. It is a species of megabat classified in the family Pteropodidae. The name of the species comes from the erectable hair structures that look like epaulettes and form around the large scent glands in the males. We can see them clearly in the second picture. Look at the white structures in front of the ears.

We can also tell males from females by looking at the air sacs in the neck that may increase the volume of courtship calls.

They are found across southern Africa in forest, shrubland, and savanna habitats. The range of distribution goes from the sea level up to 2,000 m. We can also find populations in wooded urban areas and roosting in man-made structures. So, here we have another species that can adjust to our modified environment and is, thus, more likely to survive our disturbances.

This is a frugivorous bat (really not surprising, it is a fruit bat), eating figs, guava and various fruits of Diospyros species. They also eat leaves from Balanites species and several insects.

Finally, a curious thing about this bat is that its flight is relatively slow and somewhat clumsy. They often bump into other individuals and obstacles.

Vervet monkeys are also abundant in Skukuza. They are always a guarantee of a good time. In the first picture below, we can see my wife, Carol, looking at one of them.

I was astonished with the color of their genitals. This blue even looked human-made. I had never read before about that and was really surprised to see.

And, finally, one of the guys eating.

Vervet monkeys are not in danger of extinction. When I discover this of a primate, I am always happy. Their populations are stable and, thus, they are classified as Least Concern in the IUCN Red List.

It was just recently that the classification of vervet monkeys was updated, with all of the species being moved from the genus Cercopithecus to a new genus, Chlorocebus (See Cawthon Lang KA. 2006 January 3. Primate Factsheets: Vervet (Chlorocebus) Taxonomy, Morphology, & Ecology . <http://pin.primate.wisc.edu/factsheets/entry/vervet>. Accessed 2012 October 12.).

This is a sexually dimorphic species, with males being larger than females. They are equally comfortable on the ground and in the trees, being regarded as semi-terrestrial and semi-arboreal. During the day, they feed and travel on the ground and at night they retreat to the trees in order to sleep. Finally, I’d like to mention that their lifespan has not been conclusively ascertained due to the high rates of predation in the long-term study areas. However, between 11 and 12 years, serious health problems are seen in captive vervets, what can make us think that this is probably the upper limit of their lifespan.

The picture is not good, but, as far as I remember, this was the only time we saw a Blue Headed Southern Tree Agama. So, it is worth including it here.

This lizard is listed in the IUCN Red List as Least Concern due to its large distribution across eastern and southern Africa, its tolerance of anthropogenic environments, and the absence of any major widespread threat. They live in a wide range of habitats, from forest to savannah, including human-modified areas. It can often be found scaling the sides of plants, as we saw this one. Normally a male displaying his colors, as the one we saw, won’t be far away from several females. These lizards tend to live in colonies with one dominant male and a group of females and other subordinate males. However, we did not see other individuals, just this one.

Another nice lizard we saw in Skukuza was this Striped Skink.

This is a Scincidae lizard widespread in southern Africa. Their tails are often missing due to predators. It feeds on small insects and other small invertebrates. This lizard is a great exception in the world fauna: it has not been assessed in the IUCN Red List. But, as it is able to explore human environment, I would guess it is not threatened.





quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A última parte da Napi Road


Na última parte da Napi Road, antes de chegar a Skukuza, não vimos muita coisa: um grupo de Impalas machos, probavelmente jovens, mais 6 girafas, o que é em si muito bom, e 1 Águia-cobreira-castanha juvenil (Circaetus cinereus). Nosso plano inicial era parar em Matekenyane Koppies, mas decidimos fazer isso no dia seguinte, indo direto para Skukuza, para fazer check-in e ter tempo de percorrer o Sabie loop.

Entre as fotos de Impalas, gostamos dessas, que mostram um deles comendo.





In the last section of Napi Road, before arriving at Skukuza, we did not see much: one group of male Impalas, probably young dudes, more 6 giraffes, what is in itself great, and 1 juvenile Brown-Snake Eagle (Circaetus cinereus).  Our initial plan was to stop at Matekenyane Koppies, but we decided to do this the next day, going directly to Skukuza, to check-in and take our time to make the Sabie loop.

Among the impala pictures, we like the pictures showing one of them eating.

Our second encounter with giraffes in KNP was still magical. We couldn’t cease getting astonished about these animals, 5-6 meters in height, an average weight of 1,200 kg in the case of the larger males, while the females weight around 830 kg. It was great to see a couple with a cute young giraffe.

Evidently the necks are most amazing, over 2 m in length, nearly half of the animals’ height.

It is interesting that the length of the neck is due to the size of the cervical vertebrae, not to the addition of more vertebrae. The giraffe pays physiological costs for its long neck, which is associated with several adaptations that evolved in these animals, for instance, in their circulatory system. The role of these adaptations becomes clear when we consider that their hearts are 2 m above their hooves and 3 m below their brains. The size of the brain is relatively small – it has only just 680 g of weight –, probably due to the length of the neck, since too much energy would be needed to furnish oxygen for a larger brain at the end of that long neck.

When feeding on twigs, leaves, fruits and, rarely, grasses, the giraffes use their tongues, lips and palates, which are tough enough to deal with the thorns of trees like the acacias. Their highly mobile muscular lips help in efficiently stripping the leaves from the spiny branches. Their blue gray tongues are about 45 cm long and are prehensile and powerful, facilitating that they aptly grasp the leaves and pull them into the mouth. In the picture below, we can see a giraffe using the tongue for other purposes, probably to clean its fur. It is a funny thing to see as the picture may translate.

Although they are commonly found together, they do not stay together for more than a few hours, with the group composition being more fluid than in other social ungulates. In Napi Road that day we saw 6 giraffes together, one of them the juvenile mentioned above. In one of the pictures we see three of them.

The animals tend to move freely from one group to another, and the only more stable associations are between females and their calves. Adult males tend to be solitary and nomadic, moving between female groups in order to verify the reproductive receptivity of females in the different groups. This happens all the time, since there is no fixed breeding season. Subadult males can be found along with the females, or can form groups of males, which can be seen engaged in non-combative necking behavior, as a way of learning for future combats for the females.

Finally, we show the contribution of a giraffe to the but calendar, with the extra charm of the tail swinging to shoo flies or mosquitoes away

In one picture, not so good, the Brown Snake Eagle we saw in the last portion of Napi Road before arriving at Skukuza. It was the first time we photographed this animal we would see other times in KNP. This was a juvenile and this is the reason why we put the picture here, despite its quality. How can we know it is a juvenile? Although the bird is similar to an adult, it is slightly paler, showing a faint scaled effect.

This is a widely distributed eagle, being found across much of the sub-Saharan Africa, with the exception of the lowland forest of West Africa. As the name indicates, it mainly eats snakes. It stay perched, as this one we saw, and dropping onto prey from above, smashing its spine with its feet. If the prey is a snake, the eagle tries to crush the head to discharge any venom. Its legs are thickly scaled as an adaptation to protect it from snake bites. The eagle is not immune, however, to the snake venom, and is in fact sometimes blinded by spitting cobras.

The Brown Snake Eagle is not threatened, being classified in the IUCN Red List as Least Concern, with a stable population trend.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tecelões-pequenos-de-mascarilhas e Águia Pescadora Africana na Transport Dam


Uma coisa maravilhosa de se ver no reservatório foi a árvore no meio dele com uma grande colônia de Tecelões-pequenos-de-mascarilhas. 

Nas duas imagens abaixo podemos ver a colônia inteira e um detalhe. Na primeira imagem, há uma outra ave na árvore. Eu só a vi agora, ao preparar a postagem do blog. É realmente excitante descobrir que fotografamos uma ave que nós nem havíamos notado. É um Drongo-de-cauda-forcada. Além disso, vocês certamente podem ver as estruturas enormes acima dos ninhos dos tecelões. São provavelmente ninhos de Hamerkops.



Tecelões-pequenos-de-mascarilhas são aves charmosas, não?


Uma coisa incrível foi lembrar, quando estava lá observando os teceções, como eu era fascinado com os tecelões (que eu conhecia apenas de meus livros) quando eu era criança. Eu havia esquecido dessas memórias antigas da infância e foi realmente sensacional lembrar subitamente delas, ali naquele ponto, observando essas aves que eu havia esquecido de que gostava tanto. É muito bom saber, então, que elas não estão ameaçadas: Least Concern ma Lista Vermelha da IUCN, com populações estáveis.

O que me fascinava nessas aves (e provavelmente irá fascinar muitos de vocês) é a delicada arquitetura de seus ninhos, lado a lado com o tamanho da colônia. Esta é uma espécie polígina, com machos procriando com múltiplas fêmeas durante a estação reprodutiva. Eles vivem juntos em colônias com 20-30, raramente até 200 ninhos. Neste caso, contamos 35 ninhos. É o macho que constrói o ninho e é um trabalho duro. Eles ficaram todo o tempo reparando os ninhos enquanto estávamos ali. Eu adoro o formato de rim do ninho e o túnel de entrada voltado para baixo!


Tecelões-pequenos-de-mascarilhas também são caçados por Águias Pescadoras Africanas. Mas o que a águia estava caçando? A resposta é Patos-assobiadores-de-faces-brancas. Nós quase obtivemos uma foto das águias caçando os patos, mas eles desceram exatamente no momento da foto e capturamos apenas a parte superior de seus corpos. De qualquer modo, foi demais seguir a ação.





Que bela ave é a Águia Pescadora Africana. Elegância ao máximo!


Também Least Concern na Lista Vermelha da IUCN, com população estável, esta águia foi observada por nós várias vezes durante a viagem. Mas esse encontro na Transport Dam foi o mais impressionado, com a ação de caça.

Mitos sobre a Águia Pescadora Africana são muitos. Na herança cultural Shona, esta águia era um mensageiro sagrado, usado pelo Rei para comunicar-se com os ancestrais. Ela é também o totem do clã Hungwe e se tornou símbolo do estado de Zimbabwe, aparecendo na bandeira nacional e em notas e moedas, desde que Zimbabwe se tornou independente em Abril de 1980.

Para terminar, os waterbucks nos propiciaram algumas imagens comportamentalmente interessantes,embora estivessem distantes, do outro lado do reservatório. Vejam como uma das fêmeas, que estava deitada com as outras duas, se levantou e emitiu um chamado.


Então ela se moveu na direção de um arbusto próximo…


E encontrou um outro waterbuck. Notem como ela é menor. Provavelmente, mãe e filha.



A marvelous thing to see in the dam was the tree in the middle of it with a large colony of Lesser Masked Weaver. 

In the first two pictures we can see the whole colony and a detail of it. In the first picture, there is another bird in the tree. I just saw it now, when preparing the posting. It is really exciting to discover we photographed a bird we did not even notice back then. It is a Fork-Tailed Drongo. Moreover, we certainly see the huge structures about the weaver’s nests. They are probably hamerkop’s nests.

Lesser Masked Weavers are charming birds, aren’t they?

One incredible thing was to remember, when I was there watching the weavers, how fascinated I was with weavers (which I knew only from my books) as a small child. I had forgotten these remote childhood memories, and it was really something to suddenly remember it on the spot, watching these birds I had forgotten I loved so much. It is great to know, then, that they are not threatened: Least Concern in the IUCN Red List, with stable populations.

What fascinated me about this bird (and probably will fascinate many of you) is the delicate architecture of their nests, alongside with the size of the colony. This is a polygynous species, with males mating with multiple females during the breeding season. They live together then in colonies of 20-30, rarely up to 200 nests. In this case, we counted 35 nests. It is the male that builds the nest, and it is a hard job. They kept repairing the nests while we were there. I love the kidney shape of the nest and the entrance tunnel facing downward!


Lesser Masked Weavers are also hunted by African-Fish Eagles. But what was the eagle hunting? White-faced ducks, that’s the answer. We almost got a picture of the eagles hunting the ducks, but they went down exactly when we were taking the picture and we captured only the upper part of their bodies. Anyway, it was great to follow the action.


What a beautiful bird the African-Fish Eagle is. Elegance at its outmost!

Also Least Concern in the IUCN Red List, with stable population, this eagle was observed by us several times during the trip. But this encounter in Transport Dam was the most impressive one, with the hunting action.

Myths also surround the African-Fish Eagle. In the Shona cultural heritage, this eagle was a sacred messenger, used by the King to communicate with the ancestors. It is also the totem of the Hungwe clan and has been the symbol of the Zimbabwe state, appearing on the national flag and on bank notes and coins, since Zimbabwe became independent in April 1980.

The waterbucks, to finish, gave us some behaviorally interesting pictures, even though they were far away, at the other side of the dam. Look how one of the females, which was laying down with the other two, raised up and called.

Then she moved to a nearby shrub…

And found another waterbuck. Notice how she is smaller. Mother and daughter, probably.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Picanço-rabilongo e Patos-assobiadores-de-faces-brancas na Transport Dam


Foi muito legal ver mais um Picanço-rabilongo, nesse caso muito mais próximo do que o que vimos anteriores, cantando a plenos pulmões.



Quando chegamos no reservatório, foi bom ver esses Patos-assobiadores-de-faces-brancas.



Estes belos patos são classificados como Least Concern na Lista Vermelha da IUCN, mostrando de fato uma tendência de aumento populacional, em decorrência da criação de corpos de água artificiais (e.g. reservatórios de fazendas) e do aumento do cultivo de grãos, que eles usam como alimento. Entretanto, algumas populações estão diminuindo. Sua população global estimada varia de 1.700.000 a 2.800.000 indivíduos. 

Um fato curioso sobre esta espécie é que ela apresenta movimentos nômades locais imprevisíveis (Johnsgard, P. A. 1978. Ducks, geese and swans of the World. University of Nebraska Press, Lincoln and London), relacionados à variação na disponibilidade de água e alimentos.

Eles são predados por Águias Pescadoras Africanas. Havia uma caçando na Transport Dam quando estávamos lá. Adivinha o que a águia estava caçando?

Este pato é caçado para consumo e comércio local em Malawi (Bhima, R. 2006. Subsistence use of waterbirds at Lake Chilwa, Malawi. In: Boere, G.; Galbraith, C., Stroud, D. (ed.), Waterbirds around the world, pp. 255-256. The Stationary Office, Edinburgh, UK) e Botswana (Herremans, M. 1998. Conservation status of birds in Botswana in relation to land use. Biological Conservation 86: 139-160). Ele também é caçado e comercializado em mercados de medicina tradicional na Nigéria (Nikolaus, G. 2001. Bird exploitation for traditional medicine in Nigeria. Malimbus 23: 45-55).

Por fim, esta é uma ave que une a América do Sul e a África! Ele procria nos dois continentes. Também é encontrado em Madagascar e nas Ilhas Comoro. No sul da África, é um dos patos mais comuns.

It was also great to see one more Magpie Shrike, in this case much closer than the previous one we saw, in full singing.

When we arrived at the dam, it was great to see these White-faced ducks.

These beautiful ducks are classified as Least Concern in the IUCN Red List, showing in fact a trend of population increase, as a result of the creation of artificial water bodies (e.g. farm dams) and the growing of grain crops, which are used by them as food. However, some populations are decreasing. Its estimated global population ranges from 1,700,000 to 2,800,000 individuals. 

A curious fact about this species is that it shows unpredictable local nomadic movements (Johnsgard, P. A. 1978. Ducks, geese and swans of the World. University of Nebraska Press, Lincoln and London) related to variations in water and food availability. 

It is predated by African-Fish Eagles. There was one hunting at Transport Dam when we were there. What was the eagle hunting? Guess…

This duck is hunted for local consumption and trade in Malawi (Bhima, R. 2006. Subsistence use of waterbirds at Lake Chilwa, Malawi. In: Boere, G.; Galbraith, C., Stroud, D. (ed.), Waterbirds around the world, pp. 255-256. The Stationary Office, Edinburgh, UK) and Botswana (Herremans, M. 1998. Conservation status of birds in Botswana in relation to land use. Biological Conservation 86: 139-160). It is also hunted and traded at traditional medicine markets in Nigeria (Nikolaus, G. 2001. Bird exploitation for traditional medicine in Nigeria. Malimbus 23: 45-55). 

Finally, this is a bird that unites South America and Africa! It breeds both here and there. It is also found in Madagascar and Comoro Islands. In Southern Africa, it is one of the most common ducks.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Transport Dam


5 de Janeiro de 2011, a caminho de Skukuza, uma parada na Transport Dam. Na estrada de terra até o reservatório, vimos 1 Rolieiro-de-peito-lilás (Coracias caudatus), 1 Cob-grande-dos-juncais (Redunca arundinum),  1 Abibe-preto-e-branco (Vanellus armatus), 1 Estorninho de Burchell (Lamprotornis australis), 1 Rola do Cabo (Streptopelia capicola) e 1 Picanço-rabilongo (Corvinella melanoleuca).

No reservatório, por sua vez, vimos 5 Patos-assobiadores-de-faces-brancas (Dendrocygna viduata), 1 colônia de Tecelões-pequenos-de-mascarilhas (Ploceus intermedius), 1 Águia Pescadora Africana (Haliaeetus vocifer), um grupo de Impalas próximo ao lado do reservatório onde estávamos e 4 Waterbucks fêmeas (Kobus ellipsiprymnus) do outro lado do reservatório.

Nesta imagem, vemos o Abibe-preto-e-branco que encontramos ao lado da estrada a caminho de Transport Dam. Esta é uma ave endêmica da Àfrica sub-Saariana, presente não apenas em ambientes selvagens, mas também em estádios, aeroportos e até mesmo em áreas de pasto. Este é o tipo de animal que tem mais probabilidade de sobreviver aos nossos impactos sobre o ambiente, uma vez que pode explorar nossas próprias paisagens modificadas. É o mesmo que ocorre com os saguis que vemos todos os dias andando sobre os fios elétricos em frente à nossa casa. Animais encantadores!


Voltando ao Abibe-preto-e-branco, ele pode ser sedentário, nômade ou migratório, a depender das condições ambientais. Por exemplo, em anos secos ele pode mover-se de áreas áridas para áreas mais úmidas. Quando está procriado, no entanto, ele é principalmente sedentário.

Esta ave não está ameaçada. Ao contrário, sua distribuição e tamanhos populacionais aumentaram significativamente no século XX. A razão reside em sua capacidade de explorar áreas antropizadas.

Como Abibes-pretos-e-brancos buscam larvas de insetos em fezes, esta era provavelmente a razão pela qual nós o encontramos na estrada.

Isso é certamente verdadeiro para muitas espécies de aves. Nas duas fotos seguintes, podemos ver um Estorninho de Burchell dedicando-se à mesma tarefa.




January 5th 2011, on the way to Skukuza, a stop at Transport Dam. In the gravel road to the dam, we saw 1 Lilac-Breasted Roller (Coracias caudatus), 1 Southern Reedbuck (Redunca arundinum), 1 Blacksmith Lapwing (Plover) (Vanellus armatus), 1 Burchell's Starling (Lamprotornis australis), 1 Cape Turtle-Dove (Streptopelia capicola) and 1 Magpie (African Longtailed) Shrike (Corvinella melanoleuca).

In the dam, in turn, we saw 5 White-Faced Ducks (Dendrocygna viduata), 1 colony of Lesser Masked-Weaver (Ploceus intermedius), 1 African Fish-Eagle (Haliaeetus vocifer), a group of Impalas nearby the side of the dam where we were, and 4 female Waterbucks (Kobus ellipsiprymnus) on the other side of the dam.

In the first picture we see the Blacksmith Lapwing we found by the road in the way to Transport Dam. It is an endemic bird in sub-Saharan Africa, present not only in the wild but also in sports fields, airports, and even heavily grazed areas. This is the kind of animal most likely to survive our impacts in the environment, since it can explore our own modified landscapes. It is the same with the Tamarins that we see everyday walking over the electrical wires in front of our flat. Lovely animals!

Returning to the Blacksmith Lapwing, it can be sedentary, nomadic or migratory depending on the environmental conditions. For instance, in dry years they can move from arid to more humid areas. When breeding, however, it is mainly sedentary.

This bird not only is not threatened, but its range and population significantly increased in the 20th century. The reason lies in its ability to explore human-modified areas.

As Blacksmith Lapwings search for insect larvae in dung, that was probably the reason why he was found in the road.

This is certainly true of many bird species. In the next two pictures, we can see a Burchell’s Starling dedicated to the same task.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Waterbucks na Napi Road


Antes de entrar na estrada para Transport Dam nós vimos três fêmeas de waterbuck ao lado da estrada, em meio ao capim. Uma delas pode ser vista na imagem abaixo.


Como os Búfalos Africanos, waterbucks não estão ameaçados, mas suas populações estão em declínio. Embora tenham “water” como sufixo em seu nome vulgar em inglês, estes grandes antílopes não são realmente aquáticos, e nem estão tão confortáveis assim na água. Eles têm esse nome porque se refugiam na água para escapar de predadores. No entanto, este uso da água pode ter levado a adaptações, se interpretarmos a secreção oleosa e de cheiro forte que cobre sua pelagem como desempenhando a função de impermeabilização. Waterbucks mais velhos são evitados por predadores porque sua carne tem um odor desagradável, resultante da secreção impermeabilizadora de suas glândulas sudoríparas. Predadores tendem a preferir, então, outras presas. Provavelmente porque cheiro ruim usualmente significa comida desagradável, até venenosa, tóxica, ou algo similar, comumente se pensa que a carne de waterbuck não é comestível. Isso não é verdade, sua carne é segura para se comer. Não encontramos para comê-la nos restaurantes do Kruger, mas na Wikipedia, alguém informa que não é especialmente saborosa.

Waterbucks habitam áreas próximas à água em campos savânicos, florestas de galeria e florestas ribeirinhas. Nestes habitats, eles têm comida suficiente, propiciada pelas longas gramíneas, e também encontram locais alagados para escapar de predadores. É interessante o fato de que eles consomem espécies de gramíneas ásperas, raramente comidas por outros pastadores, e ocasionalmente comem folhas de certas árvores e arbustos.

Eles são animais principalmente sedentários e territoriais. Jovens machos formam manadas, mas à medida que amadurecem, assumem comportamento mais territorial. No entanto, eles não marcam com odores seus territórios. Fêmeas são encontradas em manadas, mas de formação tão frouxa que não são realmente grupos sociais, mas somente grupos de indivíduos com áreas domiciliares superpostas. É fácil diferenciar machos de fêmeas, porque estas são menores e não têm cornos.

Nesta segunda foto, uma grande contribuição para o calendário de bundinhas animais.


O traseiro do waterbuck é um alvo! Apenas um animal com tantas estratégias de evitação de predadores poderia ter um alvo no traseiro! Brincadeira. Aqui está uma lenda africana bem legal sobre como waterbuck obteve seu círculo brancohttp://bookbuilder.cast.org/view_print.php?book=5272

Temos esta lenda num livro de lendas africanas que compramos no Kruger. Livro fantástico! Minha filha tem agora apenas 4 meses de idade. Tão logo ela possa compreender mais, estou ansioso para ler as lendas para ela.

Na lenda, curiosamente encontramos uma explicação funcional para o anel branco: ele é útil porque se destaca no escuro e os animais jovens podem seguir sua mãe até a segurança da floresta! Esta é de fato uma explicação aceita para a função do anel branco. Ele é uma marcação "me siga" (“follow me” marking), encontrado regularmente entre mamíferos, que permite que os animais sigam uns aos outros, em particular, que animais jovens sigam suas mães. Este é, então, um belo exemplo do conhecimento tradicional e do conhecimento científico em concordância!

Em termos evolutivos, temos de imaginar populações de waterbucks variantes, alguns mostrando marcas, outros não, e a vantagem seletiva dos animais que exibiam marcas levando a maiores chances de sobrevivência e reprodução bem sucedidas. Certamente, não podemos imaginar uma marca tão simétrica aparecendo de uma só tacada, mas seu gradual estabelecimento através de várias gerações de waterbucks. É sempre bom pensar em evolução na frente de animais tão diversos e belos!

Before entering the road to Transport Dam we saw 3 female waterbucks by the road, in between the grass. We can see one of them in the first picture. 

As African Buffalos, waterbucks are not threatened, but their populations are declining. Even though they have “water” as a suffix, these big antelopes neither are really aquatic nor are at home in water. They have this name because they take refuge in water to escape predators. However, this use of water may have led to adaptations, if we interpret the smelly, oily secretion that covers their fur as playing the function of waterproofing.  Older waterbucks are also avoided by predators because their meat has an unpleasant odor, resulting from the waterproofing secretions of its sweat glands. Predators tend to prefer, then, other preys. Probably because bad smell usually means unpleasant food, poisonous, toxic, or something like that, it is commonly thought that waterbuck meat is not edible. This is not true, the meat is safe to eat. We didn’t find it to eat in the Kruger restaurants, but in Wikipedia, one says that it is not especially tasty. 

Waterbucks do inhabit areas close to water in savannah grasslands, gallery forests and riverine woodlands. In these habitats, they have enough food, provided by long grasses, but also find watery places to flee from predators. It is interesting that they consume coarse grass species seldom eaten by other grazers, and occasionally browse leaves from certain trees and bushes.

They are mostly sedentary and territorial animals. Young males form herds, but as they mature, they turn into more territorial behavior. However, they do not scent-mark their territories. Females are found in herds, but so loosely formed that they are not really social groups, but just groups of individuals with overlapping home ranges. It is easy to differentiate females from males, because they are smaller and exhibit no horns.

In the second picture, we see another great contribution to the animal butts calendar.

The waterbuck back is a target! Well, only an animal with so many predator avoidance strategies could have a target at its back! Just kidding. Here is a very nice African tale about how the waterbuck got its white circle: http://bookbuilder.cast.org/view_print.php?book=5272

We have this tale in a book of African tales we bought in the Kruger. Fantastic book! My daughter has now just 4 months. As soon as she can understand more, I am eager to read the tales to her.

In the tale, we curiously find a functional explanation for the white ring: it is useful because it shows up in the dark and the young ones are able to follow their mother to the safety of the forest! It is indeed an accepted explanation for the function of the white ring. It is a “follow me” marking, regularly found in mammals, which allows animals to follow each other, particularly young animals following their mothers. This is, then, a nice example of traditional and scientific knowledge in agreement! 

Evolutionarily, we have to figure out populations of variant waterbucks, some showing markings, other not showing, and the selective advantage of the animals showing markings leading to greater chances of successful survival and reproduction. Surely, we cannot figure out such a symmetrical marking appeared at once, but its gradual building up through several generations of waterbucks. It is always nice to think of evolution in front of diverse and beautiful animals!